segunda-feira, 27 de abril de 2009

Delirium Coimbra - Acto I



foi inaugurado no dia 25 Abril na Galeria Ícone, no pátio da Inquisição, em Coimbra a primeira fase do delirium Coimbra.
a minha interpretação não foi nunca apresentar trabalhos finitos ou obras per si, mas aproveitar a oportunidade para olhar a cidade com uma forma mais atenta e critica, a estética do esboço, seria a única maneira possivel de apresentar o meu trabalho,
fiz um desenho sintético sobre fotografia de panoramica de coimbra, depois decidi apresentar um trabalho de panoramica à vista, e sobrepor por ultimo uma panoramica à que tinha à vista, e trabalhando a cidade por manchas, abstraindo-me da morfologia da cidade com objecto de representação, mas usando a morfologia da cidade com critério de delimitação das manchas, para me libertar da propria da cidade.

"panorâmica sintética"
tinta permanente, acrilico, colagem, sobre papel, a partir de fotografia
42X89,1 (cm)
abril 2009
modos operandis
O dilema da adequação de uma obra a um espaço, ou uma identidade abstracta que não depende do local onde se insere, podendo até este local ser um estado de espírito que só existe na psique do artista… Leva-nos a trabalhar em “ambos os locais” de maneiras diferentes, consoante a proposta. O mais sedutor é a continuação de uma obra, e sua passagem estético - conceptual, desenvolvida não num trabalho mas passando de um trabalho para outro, sem por isto trabalhar obrigatoriamente numa linguagem comum. Assim nenhum trabalho nasce isolado…
mais informações:
www.deliriumcoimbra.com

"mirajovem" 25 de Abril

a pretensão,
o objectivo da camara municipal de Mira seria fazer um fim de semana dedicado aos jovens, o que acho muito positivo e pouco visto... ainda por mais sendo no fim de semana do mítico 25 de Abril, como forma (consciente ou não), de dar uma nova visão à melancolina do assinalar um dia que para muitos não diz nada, não porque não se interessem mas porque não o viveram, acho muito bem relembrar, mas temos de ter consciencia que já passou, e acredito que este facto seja dificil de gerir, eu acho, que dar um fim de semana para os jovem fazerem o que querem nas areas que mais gostam, é uma visão muito "vanguardista" da comemoração, e dentro do conceito pelo qual os "nossos camaradas" lutaram, do meu ponto de vista so recentemente estamos a ressacar da oposição da opressão para o excesso de liberdade libertina, para uma liberdade consciente...
a respeito das artes plásticas, o objectivo seria, a meu ver, promover e icentivar, tanto os participantes, como quem por lá passava e olha para as artes "mais plásticas" de uma forma desconhecida, eu fui um dos convidados para participar...
sem objectivos, a não ser usar o que lá pudesse existir, sem influencias directas exteriores, trabalhei o desenho a óleo apoiado pela Bic.
comecei no dia 24, com apontamentos e observações, desprendidas, e logo percebi, que o que iria trabalhar seria elementos usados pelos bombeiros, trabalhando primeiro, esboços rapidos, depois esboços já com cor, e por fim colagens ou adições de vários objectos formando um aglomerado "abstraido de função" mantendo relações com o aspecto industrial e mecânico. Pelo meio como não tinha neste primeiro dia os objectos disponívieis para trabalhar, aproveitei para "ler" os cães que o artista Valter estava a ornamentar e representá-los; e como as crianças estavam muito curiosas, dei-lhes alguns desenhos a bic que ainda n tinha colorido para elas se divertirem...
estes trabalhos vão para uma exposição no centro de artes da praia de mira e por fim serão leiloados, para reverter a associações da região.

dos desenhos que realizei,


Valter na ornamentação dos seus objectos inanimados, os fiéis cães... e o nosso "atelier"

sexta-feira, 24 de abril de 2009

sobre cenografia no "Cenatório"

Em suma, penso que o que achei mais importante descobrir, foi ver as várias maneiras de interpretar um exercício, desde o típico cenário de teatro, ao aproveitar exclusivamente o que existe de uma forma sublime, ao inter-agir com o público, o carácter imprevisibilidade, ao fazer um “hapening” em que só poderia acontecer naquele local e em mais nenhum outro, carácter - estigma da adaptabilidade de obra Artística ao local de inserção, um bocado talvez contraria à necessidade de uma estrutura cenográfica, como a ligação da cenografia com outras áreas, como modos de pensar segundo arquitectura, o design, a escultura, a instalação, a performance, a representação…Sendo a cenografia uma disciplina não de nenhuma área específica, uma área que vale por si, mas que se serve das disciplinas de todas as outras para se materializar.

Bruno O. G.

domingo, 19 de abril de 2009

materialização (execução/apresentação) / (cenatório-Utopia)


Não foi ensaiado, apenas apontado, não porque não queria-mos mas porque não foi possível, o que na circunstância, originou um boa cota de imprevisibilidade.
A acção começava com a própria voz de Zeca Afonso, com a introdução que fez para a musica que serviu de base para este trabalho...
Os cacifos do atelier de escultura da EUAC, simbolizam edifícios de uma cidade (que outro tema simboliza melhor a amálgama de identidades?...), cada um “decorado” com uma identidade, com uma pessoa lá dentro, e á medida que surgia uma música portuguesa distinta saia uma pessoa ( fado-pop com Deolinda, metal com Moonspell, rock com Xutos e Pontapés, jazz com Carlos Barreto) , à medida que as pessoas saiam da sua “toca”, as musicas iam-se intercalando e sobrepondo… os figurinos começavam a inter-agir com uma bola (esfera que simboliza de forma abstracta, um objecto/ideia/projecto/acção/associação real qualquer sem barreiras) acrescentando coisas onde já tinha, ou retirando, modificando, aqui as músicas estavam todas sobrepostas (e deveria acender uma luz a focar a esfera e pagava-se a luz de fundo para marcar os momentos de acção, não aconteceu por problemas técnicos). Por fim os figurinos saiam pela “boca de cena”, simbolizada não por um pano que abre e fecha, mas por um plano, transparente e opaco, que deixava ver em algumas partes e outras só se via sombra, que simboliza a abertura e o fechado ao mesmo tempo, numa ambiente sinuoso e difuso, que servia também para projectar vídeos de 4segundos cada, com o som natural dos mesmos, onde se projectou identidades diferentes, no sentido de que “… agora olha à tua volta, a vida continua, somo todos diferentes, tu também és, e depois de tudo o que aprendeste com os outros o que é que vais fazer de novo por ti e pelos outros?....”
Terminou com a interacção do público com a esfera, numa partilha simbólica.
Bruno O. G.

processo (cenatório-utopia)



Da música “Utopia” de Zeca Afonso
Retiramos os seguintes excertos:
Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora (…)
Toma o fruto da terra
E tu a ti o deves
Lança o teu desafio (…)
Que outro fumo deverei
Seguir na minha rota?


Não achamos por bem pegar exclusivamente numa música para trabalhar, ao invés, decidimos espremer o conteúdo em 3 momentos essenciais, e descaracterizá-la do seu contexto político (mesmo que o quiséssemos fazer não o compreenderíamos), e transportá-la para uma realidade mais compreensível, uma “mensagem” com um “significado” de carácter mais universal.
Assim sendo falaremos da identidade e da inter-relação com outras identidades, o que não foge do objectivo da nossa letra.

Ideia
É exprimir com ferramentas como a “performance”, cenografia, luz, som, vídeo, a ideia de indivíduo com uma identidade , e já só por estar ao lado de outra, parece diferente, se inter-agir…


Conceito
Os 3 momentos seriam, em primeiro lugar um indivíduo que se consciencializa da sua existência, e já se insere num ambiente social particular, com uma identidade. Em segundo esse individuo confronta-se com outros, e cria qualquer coisa nova ou modifica, com outros qualquer coisa que já existe, acrescentando mais ou retirando, e ao abandonar esse momento leva consigo mais qualquer coisa, isto de uma forma linear, porque todos sabemos que nunca é assim, este é só o conceito - base depois existe uma esquizofrenia de imprevistos, do ir e voltar, do abandonar e encontrar novamente algo que te ligue ao que já fizeste, “e como se diz por aí” estamos todos ligados… alegoricamente, este conceito teve de ser materializado por cenografia e acção de figurino, não queria-mos “representar”, mas dar a ideia - base, e deixar muitas ideias no ar.

Cenatório (seminário/workshop de cenografia) 16/17 Abril

Organizado por: Paula Trigueiros / Vilma Góis
Apoio : ARCA-EUAC / AE-EUAC
no 1º dia José António Franco, ensina-nos um bocadinho de poesia, João Mendes Ribeiro mostra-nos maneiras de interpretar o teatro/coreografia através do seu trabalho de cenografia.
destribui-se o trabalho e os grupos, e debatem-se as ideias... com jantar e direito a fado.
no 2º dia trabalha-se na execução/materilização até às 16h30 apresenta-se e desmonta-se

a proposta foi pegar numa múscia Portugesa, e dar -lhe um "significado" através da representação (onde estaria incluído a cenografia e toda a "performance" de apresentação dessa mesma música (partindo ou não de uma lista de propostas fornecidas)

fiz parte do grupo número 5
composto por:
Designer Vilma Góis (orientadora)
Arq. Rodrigo Patríco (docente-orientador)
Bruno O. Gonçalves (porta-voz, luz,som,imagem)
Sofia Morgado (participante)
João (participante)
Carlos (participante)

A música que escolhemos para começar a trabalhar ( da lista fornecida) foi:
"Utopia" de Zeca Afonso

outro modo de ver o texto

como o texto de Ricardo Agnes foi escrito em espiral à volta da peça e não por coluna, o resultado do texto por coluna foi o seguinte: (uma espécie de desconstrução conceptual)

(face lateral esquerda)
jazigos de gente
nascem nos urbanos
em que ruído se canta
retalhos
cumplice com a maquilhage (m)
silêncios grávidos entalados
erro de cálculo rede
pinta os espaços
parece que tuda está

(face frontal)
viva
empilhada numa
quintais das tra (seiras)
nessa urbe que és? doam (os)
estamos nus
(maquilhage) m de alcatrão. máscara
na apatia. o espaço vazio que
malhada. ensaio imperfe (ito)
abertos, perenes
mal e o coração morre sóbrio

(face lateral direita)
rotina teimosa
(tra) seiras do mundo
(doam) os a lua aos
morro todos os dias
de meretriz velha
a solidão empresta
(imperfe) ito. legítimo.

fotografia : Claudio Vidal

fotografia : Claudio Vidal

fotografia : Vilma Góis
fotografia : Vilma Góis
Do texto de Ricardo Agnes, escrito para esta peça, ("piAR-à-parte"),
está escrito em espiral na mesma, os excertos que estão a vermelho:

Jazigos de gente viva, empilhada numa rotina teimosa, nascem nos urbanos quintais das traseiras do mundo. Em que ruído se canta nessa urbe súbita que és? Doamos a lua aos retalhos, orgulhosos de a ter na manga, mas afinal estamos nus.
Morro todos os dias cúmplice com a maquilhagem de alcatrão. Cartaz rasgado. Máscara de meretriz velha como o mundo. Silêncios grávidos entalados na apatia da gravidade grave. O espaço vazio que a solidão empresta. Um ritmo sinistro de flutuar entre quedas de espaços. Erro de cálculo. Rede malhada. Ensaio imperfeito. Legítimo.
As linhas cruzadas pelos pés cingidos num equilíbrio vertical de sombra com movimento. Pinta os espaços abertos, perenes.
Às vezes parece que tudo está mal e o coração morre sóbrio incapaz de dilatar aos pés de um rizanto imaculado.

26 de Março, 2009

os textos

os ensaios de Tiago Carvalho, escritos para esta peça, ("piAR-à-parte"):
(http://www.absurdissounderrated.blogspot.com/)
(1)
andor auto-sustentável
estacionado numa praça interdita a voyeuristas e/ou artistas
andor sem santo, andor sem sacro.
andor sem dor, sem pranto.
salamandras de cartão
para esquentar o coração iluminado, fiado e desfiado.
que ninguem vê, senão os voyeurs e/ou artistas
que,
neste exacto momento,
estão proibidos de ver.

(2)
a estrutura:
carrega um arranha-céus Às costas
o organismo: (des)organiza-se:
fios complexos descomplexam-se,
aparentemente, na aparência limpa
do rosto desenrugado, minimal simplex.

esventrada, a máquina é
matemática - e também
emaranhados mal amanhados.
máquina é matéria, bactéria,
existência existencialista.
haverá equipamento equiparável
a esta equação?
esta máquina é, repito, matéria, esventrável,
apenas ao mais invisível
poeta-pateta-profeta.

a passagem da peça, construção, "piAR-à-parte"



fotografias cedidas pela Galeria Bar Sta Clara

transformação de uma peça...

com a peça "ar" criei a peça "piAR à parte"
coincidente com a exposição "musgos e líquenes" de artistas da estónia, uma instalação à margem da exposição_ Galeria Bar Sta Clara (Coimbra) > instalação/escultura

com uma nova linguagem de revestimento, mais industrial que urbano, banalizei-a de uma forma póetica, ou seja, escrevi de uma forma "marginal" um texto poético da autoria de Ricardo Agnes, também foi criado uns textos da autoria de Tiago Carvalho, mas não foi possivel "instalá-los" todos, para complementar a obra tambem pedi a um produtor de música minimal, uma musica ligada a este ambiente, mas não houve hipótese de infra-estruturas para a inserir na peça.

link para o projecto "Minimal Resonance Frequencies" de Gustavo:
http://www.myspace.com/minimaltheanimal
faixa "page 01"

link de Tiago Carvalho (TPC):
http://absurdissounderrated.blogspot.com/

pré - "ar" (pontos no espaço)


imagem (fotografia): Tatiana Lages

imagem (fotografia/edição): Claudio Vidal

a instalação "ar" veio no seguimento de uma experiencia de um trabalho realizado na republica Bota-a-baixo, no seguimento de uma intervenção na mesma para um dia aberto cultural, chamava-se "pontos no espaço", segundo o conceito de duas linhas fazem um ponto, tres pontos um plano, e desenhando com linha no espaço, se constrói uma forma, à priori, o conceito seria prencher uma sala formando uma espaço organico dentro de uma espaço mais linear, e rigido, criando assim um espaço dentro de um espaço, com carácteres antagónicos, uma pele/carapaça, que recusa o espaço interior e cria um outro espaço, com a forma desenhada não foi totalmente preenchida, cabe ao espectador defenir os limites desse mesmo espaço

Bruno O. G.

com imagens à vista, se desveste






encerro o trabalho da peça "ar" com imagens "à vista"...