segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

cenografia para : "The Hypnos Club" (CITAC)





Cenografia:
trabalho Realizado por : Bruno O. Gonçalves e Eduardo Conceição
Data: Novembro/Dezembro 2009
Materiais: diverso, predominância do aço e madeira contraplacada e "efeitos especiais?"

a linguagem andou por vários lados mediante a as ideias que foram surgindo, tendo consciencia do significado de cada opção, e evitando que as soluções surgissem gratuitamente, mas condicionados pelo tempo disponivel e orçamento.

a ideia partiu de uma proposta de objectos por parte do grupo de teatro, onde nós trabalhamos mediante determinados moldes definidos pelo encenador (Rodrigo Malvar).

o conceito neste projecto não foi trabalhar a cenografia como envolvente, mas usando a envolvente "abstracta"/neutra para que as peças-objectos com que os actores interveem, assumissem o protagonismo cenográfico.

As peças teriam também de ser criativas por si, dando possibilidades aos actores, que eles não teriam previsto. Um tema dominante para trabalhar a cenografia foi o facto de servir um misto de previsibilidade e proporcionar a improvisação.

palavras chaves: Cabaré, arte povera, glamour, minimal, funcional, ambulante, ferro, madeira, circo, show, reaproveitamento de materiais... surrealista!

Ass. do texto: Bruno O. Gonçalves (14 dez 2009)
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A PEÇA:

The Hypnos Club

Hypnos é filho de Nix, deus do sono, pai de Morpheu e nome de Club. Club é un espaço nocturno, profano e sagrado. Bebidas espirituosas, delírios avulso. Copos com corpos, meio-cheios, meio-vazios. Sob a luz enebriada, a carne dos sonhos a nú. Quando a noite incendeia, é hora de partir. Eu vi.


Dias 14, 15,16,17 e 19 de Dezembro > pelas 22h00 > no teatro-estúdio do Citac (1ºpiso da AAC)


concepção e direcção: Rodrigo Malvar
Assitencia de Encenação: João Carvalho
Criação Colectiva: Claudio Vidal, Gil MAC, José Carlos Pereira, Kátia Matoso, Margarida Cabral e Paula Gaitas
Video: Claudio Vidal
Cenografia: Bruno Gonçalves e Eduardo Conceição
Música: Paulo Nuno, Gustavo Dinis, Gil MAC e Rodrigo Malvar
Desenho de Luz: Paula Gaitas, Rodrigo Malvar e José Carlos Pereira
Design Gráfico: Gil MAC





sábado, 21 de novembro de 2009

instalação "3^5" para "o centro do mundo" na Galeria Sta Clara




autor: Bruno O. onçalves

título: "3 elevado a 5"

técnica: pintura sobre metal, dispositivos electro-mecânicos...

data: 20 nov 09 (semi-conclusão, apresentação de 1ª experiência)

dimensões: 120X80x10 (cm)

preço: X?


observações:

a memória descritiva deveria ser lida uma semana após se ter visto a peça, e de se ter estado alguns minutos a "aprecia-la", mas como me parece que isso não acontece e a peça ainda não está concluída como inicialmente previsto (as questões mais básicas), achei por bem não comentar...


ideias soltas:

ÁRVORE DA VIDA-ADN-ÚTERO-CAOS

IMAGEM-PALAVRA-LUZ-MECANICO-FUNCIONAMENTO-RUÍDO-PUBLICIDADE

INFORMAÇÃO-FORMATO


EGOCENTRISMO


agradecimentos:
em especial aos colaboradores técnicos (Gonçalo Cabrita, Ali Marjovi, Mahmoud Tavakoli), ás pessoas que pacientemente me ajudaram a pensar um bocado mais sobre a questão do CENTRO DO MUNDO, assim como, inevitavelmente à Galeria Sta Clara.

domingo, 8 de novembro de 2009

abertura da nova "temporada" de atelier de desenho


começa dia 11 de Novembro de 2009
modelo/ideia: Eduardo Conceição
desenho/fotografia: Bruno Gonçalves
tipografia/design/composição: Cláudio Vidal

exposição de desenho no Ateneu de Coimbra


Design: Cláudio Vidal

exposição de desenho de antologia do atelier de desenho desenvolvido pelo Salão40, foi inaugurada 6ªfeira, dia 6 de Novembro no ateneu de Coimbra pelas 21h30, estará patente durante o mês de Novembro de 2009

http://salao40desenho.blogspot.com/

http://salao40.blogspot.com/

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Rabiscuits - "arte d´plástico"



nesta mostra de artes experimentais, intitulada "rabiscuits" em Alcobaça, já na sua 4ª edição, apresentei um trabalho baseado na busca de materiais no lixo, conversão num objecto para ser apresentado na rua, e devolvi-o novamente ao seu habitat natural, de onde o teria retirado.

poderá se designar de instalação, unindo a frente do trabalho (imagem, apresentação bidemensional) com o seu suporte, que lhe dá um carácter tridimensional, no seu global. poderia assumir o suporte, como um "suporte", mas considero o seu carácter importante e indissociável, pelo menos neste caso

a ideia inicial seria, atravéz do aproveitamento de texturas de objectos de plástico, criar painéis de plástico comprimidos com chapas a quente, usando o minimo de energia possivel.
o resultado seria uma abstractização...
neste caso só me foi possível unir por um processo de sobreaquecimento pontual da matéria, e a composição poderá se assemelhar a um tipo de expressionismo abstracto, ou da arte povera... não vale a pena citar nomes... o interessante, seria assemelhar a estética trabalhada na pintura atravéz de um material, facilmente transformável, e aparentemente estranho à pintura, porque afinal de contas artes plásticas... pode ser feito de plástico literalmente...
não esquecemos, também o facto de neste caso a obra ter sido sujeita às intempéries naturais de uma exposição de rua, por isso todo o processo parte de uma conjunção de permissas iniciais.


Título: "arte d´plástico"
Técnica: técnica mista, consiste na sobreposição de camadas de plástico, unindo-as com aquecimento.
Data: 14 a 18 de Setembro
Dimensões: 1.6X4 (metros) (creio eu)

para mais informações: http://rabiscuits.blogspot.com/

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

dreamdoo fest

tive a oportunidade de participar num mural, (pintura, porque nunca tinha feito grafiti), no dia de um evento chamado "dreamdoo", organizado no programa disiplinar pelas turmas da escola de lisboa "restart", na "fábrica braço de prata".

o trabalho tratou-se de uma festa temática entorno do didgeridoo, trabalhando num só dia, num sentido de "working in progress" para não me pressionar, o que era interessante também, penso eu para as pessoas ver o trabalho a ser desenvolvido.




como me seduz a questão dos aglomerados, e como a árvore e os ramos, dão origem ao objecto original da austrália (desconheço a árvore), basiei-me nessa figuração, e construí uma composição em 3 dimensões (instalação), com troncos que encontrei, como queria trabalhar com o que tinha disponível, numa matéria de estudo que estou a desenvolver, e relacionado com o tema do evento,



depois desenhei esse objecto, peguei numa imagem do cartaz original da festa, que se tratava de um sujeito a tocar e pintei numa parte de um muro, quando estou a pintar do lado direito o aglomerado que estudei em 3 dimensões, aparece um grafitter a sério, no sentido em que faz aquilo a algum tempo, (por curiosidade, estava a viajar à boleia, tinha demorado da croácia 6 dias, e tinha acabado de chegar a Lisboa), pergunta-me se pode interverir, e assim foi, pintou uma outra imagem do lado direito, e acabei a parte central, depois foi só dar uma união figurativa...


BOG

quarta-feira, 15 de julho de 2009

plein air 09

do dia 6 a 12 de julho de 2009

fiz parte de um grupo de portugueses conjuntamente com alunos da faculdade de belas artes de Sevilha, Málaga, Granada (Espanha) e Tetuan (Marrocos), com passaram uma semana a desenhar a cidade de Coimbra.... foi uma semana intensa...
o programa foi organizado pela fundação Três Culturas do Mediterranico


Baixa de Coimbra,
óleo/terbentina sobre madeira

BOG

instalação "ambiguidade" na galeria ícone


instalação construída e desmantelada no próprio dia
para a exposição DELIRIUM COIMBRA_acto II_ inauguração no dia 4 julho de 2009

fala sobre a arquitectura limpa e popular e ambiguidade da sua importância, para além de uma catarse estética da qual me sinto muito seduzido.

o plano branco simboliza uma arquitectura acente na consciencia do "tem que ser", não quero com isto dizer que tambem não pode ser, mas não deve ser uma lei, o plano texturado com roupa esticada simboliza o carácter mais popular que tanto identifica cada lugar e o torna mais pessoal, este plano está oblíquo, não sei se a distanciar-se ou a sobrepor-se. tambem mais directamente alegorizando o sistema construtivo de uma abitação, poderse-á dizer que o plano branco simboliza o interior e o texturado-colorido o exterior, e os candeeiros, as infraestruturas que mantem um objecto arqutuitectonico em funcionamento.
no plano branco do lado da galeria, foi projectado da mesma, um video de coimbra mostrando o skyline a 360º, video com a colaboração de Brimet Silva. este video é sobreposto com o carácter da iluminação que está entre os planos. tambem so poderia ser projectado numa superfície branca, como os museus, se estes fossem complexos do pontode vista visual, não se poderia apreciar as obras que albergam, a não ser que a obra fosse criada para jogar com isso, mas um museu requer um carácter neutro, para poder albergar com o maior numero de obras.
no dia de coimbra, cidade velha, texturada em cada parede que encontramos, pareceu-me propositado levantar esta ambiguidade

BOG

sábado, 6 de junho de 2009

proposta 1 > livro "Delirium Coimbra"


Autor: Bruno O. Gonçalves
Título: “panorâmica sintética futurista”
Técnica: fotomontagem desenho (tinta permanente, bic, grafite)
Dimensão:
Data: Junho 2009
Md: “S.A.N.C.E” (surrealismo alegórico-natural de cidades efémeras)
Não será difícil, (quase contraditório) implementar uma consciência sustentável à escala global, para uma particular, quando o ritmo de cada um é cada vez mais rápido, movem-se com mais facilidade, cada vez menos preocupados pelo espaço que ocupam, porque amanha estarão a ocupar outro qualquer, consoante a necessidade?
Uma sociedade cosmopolita é tendencialmente cada vez mais efémera, mais nómada, e em vez de abandonar-mos os nossos habitáculos, porque não fazemos como os caracóis que movem os seus próprios habitáculos, e se esses habitáculos fossem cada um deles, eles próprios… uma cidade, que no conjunto com outros, que pelo acaso se encontram no mesmo local, por tempo indeterminado e formam uma metrópole, será possível? Será mais sustentável? Sem dúvida desperdiçaríamos menos matéria construtiva, mas se isso é possível numa caixa de lata, porque não é possível num terreno virgem? Será que o interesse pela identidade local, se perderia, no caso do local ser o local geográfico? Haveria interesse, pelo local que escolheríamos para “aterrar”, mesmo que por pouco tempo? As pessoas preocupavam-se com essa geografia, ou só com a sua “casinha” com motores espaciais?


BOG 6 junho 2009

sexta-feira, 8 de maio de 2009

electrão-aglomerado

estou há já algum tempo com vontade de fazer uma escultura-instalação urbana efémera. Surgiu a oportunidade de trabalhar este tema mas a uma escala reduzida, para o projecto delirium-coimbra, acto 2.
a minha ideia é procurar objectos electricos / mecanicos, desperdício, não uteis, na sua função, e irrecuperáveis, fazer uma escultura com alegoria à nave espacial, fazer o trabalho, e depois destruir e reciclar esse material, ficando apenas com a imagem do mesmo, juntamente com informação visual.

o trabalho (técnica/conceito):
fazer uma nave-maquete (alegoria aos edificios-andantes, e à cidade andante), de uma maneira mais dramatica, à população nomada, e a cidades em mutação acelerada, reforçando o q de uma forma mais lenta nos hábitos das pessoas, existe cada vez mais. depois de ter a peça feita, fotografo-a, componho-a digitalmente com a paisagem urbana onde se insere, imprimo-a em tela, deixando em fotografia só o objecto criado, e algumas peças de arquitectura, pintando a restante paisagem... fazendo uma sintese de união entre o que existe e o q alegorizo...

Bruno O. Gonçalves

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Delirium Coimbra - Acto I



foi inaugurado no dia 25 Abril na Galeria Ícone, no pátio da Inquisição, em Coimbra a primeira fase do delirium Coimbra.
a minha interpretação não foi nunca apresentar trabalhos finitos ou obras per si, mas aproveitar a oportunidade para olhar a cidade com uma forma mais atenta e critica, a estética do esboço, seria a única maneira possivel de apresentar o meu trabalho,
fiz um desenho sintético sobre fotografia de panoramica de coimbra, depois decidi apresentar um trabalho de panoramica à vista, e sobrepor por ultimo uma panoramica à que tinha à vista, e trabalhando a cidade por manchas, abstraindo-me da morfologia da cidade com objecto de representação, mas usando a morfologia da cidade com critério de delimitação das manchas, para me libertar da propria da cidade.

"panorâmica sintética"
tinta permanente, acrilico, colagem, sobre papel, a partir de fotografia
42X89,1 (cm)
abril 2009
modos operandis
O dilema da adequação de uma obra a um espaço, ou uma identidade abstracta que não depende do local onde se insere, podendo até este local ser um estado de espírito que só existe na psique do artista… Leva-nos a trabalhar em “ambos os locais” de maneiras diferentes, consoante a proposta. O mais sedutor é a continuação de uma obra, e sua passagem estético - conceptual, desenvolvida não num trabalho mas passando de um trabalho para outro, sem por isto trabalhar obrigatoriamente numa linguagem comum. Assim nenhum trabalho nasce isolado…
mais informações:
www.deliriumcoimbra.com

"mirajovem" 25 de Abril

a pretensão,
o objectivo da camara municipal de Mira seria fazer um fim de semana dedicado aos jovens, o que acho muito positivo e pouco visto... ainda por mais sendo no fim de semana do mítico 25 de Abril, como forma (consciente ou não), de dar uma nova visão à melancolina do assinalar um dia que para muitos não diz nada, não porque não se interessem mas porque não o viveram, acho muito bem relembrar, mas temos de ter consciencia que já passou, e acredito que este facto seja dificil de gerir, eu acho, que dar um fim de semana para os jovem fazerem o que querem nas areas que mais gostam, é uma visão muito "vanguardista" da comemoração, e dentro do conceito pelo qual os "nossos camaradas" lutaram, do meu ponto de vista so recentemente estamos a ressacar da oposição da opressão para o excesso de liberdade libertina, para uma liberdade consciente...
a respeito das artes plásticas, o objectivo seria, a meu ver, promover e icentivar, tanto os participantes, como quem por lá passava e olha para as artes "mais plásticas" de uma forma desconhecida, eu fui um dos convidados para participar...
sem objectivos, a não ser usar o que lá pudesse existir, sem influencias directas exteriores, trabalhei o desenho a óleo apoiado pela Bic.
comecei no dia 24, com apontamentos e observações, desprendidas, e logo percebi, que o que iria trabalhar seria elementos usados pelos bombeiros, trabalhando primeiro, esboços rapidos, depois esboços já com cor, e por fim colagens ou adições de vários objectos formando um aglomerado "abstraido de função" mantendo relações com o aspecto industrial e mecânico. Pelo meio como não tinha neste primeiro dia os objectos disponívieis para trabalhar, aproveitei para "ler" os cães que o artista Valter estava a ornamentar e representá-los; e como as crianças estavam muito curiosas, dei-lhes alguns desenhos a bic que ainda n tinha colorido para elas se divertirem...
estes trabalhos vão para uma exposição no centro de artes da praia de mira e por fim serão leiloados, para reverter a associações da região.

dos desenhos que realizei,


Valter na ornamentação dos seus objectos inanimados, os fiéis cães... e o nosso "atelier"

sexta-feira, 24 de abril de 2009

sobre cenografia no "Cenatório"

Em suma, penso que o que achei mais importante descobrir, foi ver as várias maneiras de interpretar um exercício, desde o típico cenário de teatro, ao aproveitar exclusivamente o que existe de uma forma sublime, ao inter-agir com o público, o carácter imprevisibilidade, ao fazer um “hapening” em que só poderia acontecer naquele local e em mais nenhum outro, carácter - estigma da adaptabilidade de obra Artística ao local de inserção, um bocado talvez contraria à necessidade de uma estrutura cenográfica, como a ligação da cenografia com outras áreas, como modos de pensar segundo arquitectura, o design, a escultura, a instalação, a performance, a representação…Sendo a cenografia uma disciplina não de nenhuma área específica, uma área que vale por si, mas que se serve das disciplinas de todas as outras para se materializar.

Bruno O. G.

domingo, 19 de abril de 2009

materialização (execução/apresentação) / (cenatório-Utopia)


Não foi ensaiado, apenas apontado, não porque não queria-mos mas porque não foi possível, o que na circunstância, originou um boa cota de imprevisibilidade.
A acção começava com a própria voz de Zeca Afonso, com a introdução que fez para a musica que serviu de base para este trabalho...
Os cacifos do atelier de escultura da EUAC, simbolizam edifícios de uma cidade (que outro tema simboliza melhor a amálgama de identidades?...), cada um “decorado” com uma identidade, com uma pessoa lá dentro, e á medida que surgia uma música portuguesa distinta saia uma pessoa ( fado-pop com Deolinda, metal com Moonspell, rock com Xutos e Pontapés, jazz com Carlos Barreto) , à medida que as pessoas saiam da sua “toca”, as musicas iam-se intercalando e sobrepondo… os figurinos começavam a inter-agir com uma bola (esfera que simboliza de forma abstracta, um objecto/ideia/projecto/acção/associação real qualquer sem barreiras) acrescentando coisas onde já tinha, ou retirando, modificando, aqui as músicas estavam todas sobrepostas (e deveria acender uma luz a focar a esfera e pagava-se a luz de fundo para marcar os momentos de acção, não aconteceu por problemas técnicos). Por fim os figurinos saiam pela “boca de cena”, simbolizada não por um pano que abre e fecha, mas por um plano, transparente e opaco, que deixava ver em algumas partes e outras só se via sombra, que simboliza a abertura e o fechado ao mesmo tempo, numa ambiente sinuoso e difuso, que servia também para projectar vídeos de 4segundos cada, com o som natural dos mesmos, onde se projectou identidades diferentes, no sentido de que “… agora olha à tua volta, a vida continua, somo todos diferentes, tu também és, e depois de tudo o que aprendeste com os outros o que é que vais fazer de novo por ti e pelos outros?....”
Terminou com a interacção do público com a esfera, numa partilha simbólica.
Bruno O. G.

processo (cenatório-utopia)



Da música “Utopia” de Zeca Afonso
Retiramos os seguintes excertos:
Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora (…)
Toma o fruto da terra
E tu a ti o deves
Lança o teu desafio (…)
Que outro fumo deverei
Seguir na minha rota?


Não achamos por bem pegar exclusivamente numa música para trabalhar, ao invés, decidimos espremer o conteúdo em 3 momentos essenciais, e descaracterizá-la do seu contexto político (mesmo que o quiséssemos fazer não o compreenderíamos), e transportá-la para uma realidade mais compreensível, uma “mensagem” com um “significado” de carácter mais universal.
Assim sendo falaremos da identidade e da inter-relação com outras identidades, o que não foge do objectivo da nossa letra.

Ideia
É exprimir com ferramentas como a “performance”, cenografia, luz, som, vídeo, a ideia de indivíduo com uma identidade , e já só por estar ao lado de outra, parece diferente, se inter-agir…


Conceito
Os 3 momentos seriam, em primeiro lugar um indivíduo que se consciencializa da sua existência, e já se insere num ambiente social particular, com uma identidade. Em segundo esse individuo confronta-se com outros, e cria qualquer coisa nova ou modifica, com outros qualquer coisa que já existe, acrescentando mais ou retirando, e ao abandonar esse momento leva consigo mais qualquer coisa, isto de uma forma linear, porque todos sabemos que nunca é assim, este é só o conceito - base depois existe uma esquizofrenia de imprevistos, do ir e voltar, do abandonar e encontrar novamente algo que te ligue ao que já fizeste, “e como se diz por aí” estamos todos ligados… alegoricamente, este conceito teve de ser materializado por cenografia e acção de figurino, não queria-mos “representar”, mas dar a ideia - base, e deixar muitas ideias no ar.

Cenatório (seminário/workshop de cenografia) 16/17 Abril

Organizado por: Paula Trigueiros / Vilma Góis
Apoio : ARCA-EUAC / AE-EUAC
no 1º dia José António Franco, ensina-nos um bocadinho de poesia, João Mendes Ribeiro mostra-nos maneiras de interpretar o teatro/coreografia através do seu trabalho de cenografia.
destribui-se o trabalho e os grupos, e debatem-se as ideias... com jantar e direito a fado.
no 2º dia trabalha-se na execução/materilização até às 16h30 apresenta-se e desmonta-se

a proposta foi pegar numa múscia Portugesa, e dar -lhe um "significado" através da representação (onde estaria incluído a cenografia e toda a "performance" de apresentação dessa mesma música (partindo ou não de uma lista de propostas fornecidas)

fiz parte do grupo número 5
composto por:
Designer Vilma Góis (orientadora)
Arq. Rodrigo Patríco (docente-orientador)
Bruno O. Gonçalves (porta-voz, luz,som,imagem)
Sofia Morgado (participante)
João (participante)
Carlos (participante)

A música que escolhemos para começar a trabalhar ( da lista fornecida) foi:
"Utopia" de Zeca Afonso

outro modo de ver o texto

como o texto de Ricardo Agnes foi escrito em espiral à volta da peça e não por coluna, o resultado do texto por coluna foi o seguinte: (uma espécie de desconstrução conceptual)

(face lateral esquerda)
jazigos de gente
nascem nos urbanos
em que ruído se canta
retalhos
cumplice com a maquilhage (m)
silêncios grávidos entalados
erro de cálculo rede
pinta os espaços
parece que tuda está

(face frontal)
viva
empilhada numa
quintais das tra (seiras)
nessa urbe que és? doam (os)
estamos nus
(maquilhage) m de alcatrão. máscara
na apatia. o espaço vazio que
malhada. ensaio imperfe (ito)
abertos, perenes
mal e o coração morre sóbrio

(face lateral direita)
rotina teimosa
(tra) seiras do mundo
(doam) os a lua aos
morro todos os dias
de meretriz velha
a solidão empresta
(imperfe) ito. legítimo.

fotografia : Claudio Vidal

fotografia : Claudio Vidal

fotografia : Vilma Góis
fotografia : Vilma Góis
Do texto de Ricardo Agnes, escrito para esta peça, ("piAR-à-parte"),
está escrito em espiral na mesma, os excertos que estão a vermelho:

Jazigos de gente viva, empilhada numa rotina teimosa, nascem nos urbanos quintais das traseiras do mundo. Em que ruído se canta nessa urbe súbita que és? Doamos a lua aos retalhos, orgulhosos de a ter na manga, mas afinal estamos nus.
Morro todos os dias cúmplice com a maquilhagem de alcatrão. Cartaz rasgado. Máscara de meretriz velha como o mundo. Silêncios grávidos entalados na apatia da gravidade grave. O espaço vazio que a solidão empresta. Um ritmo sinistro de flutuar entre quedas de espaços. Erro de cálculo. Rede malhada. Ensaio imperfeito. Legítimo.
As linhas cruzadas pelos pés cingidos num equilíbrio vertical de sombra com movimento. Pinta os espaços abertos, perenes.
Às vezes parece que tudo está mal e o coração morre sóbrio incapaz de dilatar aos pés de um rizanto imaculado.

26 de Março, 2009

os textos

os ensaios de Tiago Carvalho, escritos para esta peça, ("piAR-à-parte"):
(http://www.absurdissounderrated.blogspot.com/)
(1)
andor auto-sustentável
estacionado numa praça interdita a voyeuristas e/ou artistas
andor sem santo, andor sem sacro.
andor sem dor, sem pranto.
salamandras de cartão
para esquentar o coração iluminado, fiado e desfiado.
que ninguem vê, senão os voyeurs e/ou artistas
que,
neste exacto momento,
estão proibidos de ver.

(2)
a estrutura:
carrega um arranha-céus Às costas
o organismo: (des)organiza-se:
fios complexos descomplexam-se,
aparentemente, na aparência limpa
do rosto desenrugado, minimal simplex.

esventrada, a máquina é
matemática - e também
emaranhados mal amanhados.
máquina é matéria, bactéria,
existência existencialista.
haverá equipamento equiparável
a esta equação?
esta máquina é, repito, matéria, esventrável,
apenas ao mais invisível
poeta-pateta-profeta.

a passagem da peça, construção, "piAR-à-parte"



fotografias cedidas pela Galeria Bar Sta Clara

transformação de uma peça...

com a peça "ar" criei a peça "piAR à parte"
coincidente com a exposição "musgos e líquenes" de artistas da estónia, uma instalação à margem da exposição_ Galeria Bar Sta Clara (Coimbra) > instalação/escultura

com uma nova linguagem de revestimento, mais industrial que urbano, banalizei-a de uma forma póetica, ou seja, escrevi de uma forma "marginal" um texto poético da autoria de Ricardo Agnes, também foi criado uns textos da autoria de Tiago Carvalho, mas não foi possivel "instalá-los" todos, para complementar a obra tambem pedi a um produtor de música minimal, uma musica ligada a este ambiente, mas não houve hipótese de infra-estruturas para a inserir na peça.

link para o projecto "Minimal Resonance Frequencies" de Gustavo:
http://www.myspace.com/minimaltheanimal
faixa "page 01"

link de Tiago Carvalho (TPC):
http://absurdissounderrated.blogspot.com/

pré - "ar" (pontos no espaço)


imagem (fotografia): Tatiana Lages

imagem (fotografia/edição): Claudio Vidal

a instalação "ar" veio no seguimento de uma experiencia de um trabalho realizado na republica Bota-a-baixo, no seguimento de uma intervenção na mesma para um dia aberto cultural, chamava-se "pontos no espaço", segundo o conceito de duas linhas fazem um ponto, tres pontos um plano, e desenhando com linha no espaço, se constrói uma forma, à priori, o conceito seria prencher uma sala formando uma espaço organico dentro de uma espaço mais linear, e rigido, criando assim um espaço dentro de um espaço, com carácteres antagónicos, uma pele/carapaça, que recusa o espaço interior e cria um outro espaço, com a forma desenhada não foi totalmente preenchida, cabe ao espectador defenir os limites desse mesmo espaço

Bruno O. G.

com imagens à vista, se desveste






encerro o trabalho da peça "ar" com imagens "à vista"...

terça-feira, 24 de março de 2009

reportagem-entrevista sobre a peça "ar" e relação com o salão40 / galeria Sta Clara

http://www.youtube.com/watch?v=ph5mSflPZEs&feature=player_embedded

muita coisa ficou por fazer neste projecto... com trabalho complementar...

dentro do possivel, vou tentar trabalha-lo, não com a eficácia desejada, porque não é o meu único projecto, mas vou continuar, dia 28 de Março estará apresentado na parte de fora da galeria, se for possível desmontar e montar com a mesma forma, mas com uma imagem diferente, e elementos adicionais... e muito vai continuar por fazer... e alguma coisa vai ser possivel fazer mais...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

360º e alguns pontos de vista



fotografia: Bruno Gonçalves


fotografia: Bruno Gonçalves



fotografia: Bruno Gonçalves


fotografia: Cláudio Vidal / Bruno Gonçalves

hoje é o meu primeiro dia...

com esta minha inauguração neste universo... deixo esta primeira nota
esta instalação está na galeria-bar Santa Clara (Coimbra), inserida numa exposição colectiva
intitulada "o mistério de narciso"

síntese
a peça, eu, arquitectura e artes plásticas
a forma rígida e a forma orgânica
o interior e o exterior
o espaço e a luz
a responsabilidade de uma peça transparecer uma imagem e querer assumir-se por vontade própria
arquitectura vs artes plásticas

A arquitectura tem uma responsabilidade exterior, uma rigidez estrutural, imagem perante a paisagem urbana.Mas por outro lado, reserva-nos o seu interior, para o modelarmos como desejarmos.

Galeria como oficina de trabalho, e espaço condicionante de uma escultura-instalação ("work in progress")...
O fetiche dos materiais...
A riqueza dos materiais pobres, ou que perderam a sua utilidade...



autor: Bruno O. Gonçalves
título: Ar
dimensões: 200x200x300 (cm)
técnica / materiais: instalação efémera, tubo circular / varão circular, fio sisal, cartão,
linho, cartazes publicidade, luz, com o apoio de desenho e pintura (para enquanto, só)
data: fevereiro de 2009
duração: 1 semana (só a instalação)